quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Resposta da OPAS ao The Economist sobre máteria equívocada acerca do SUS

No dia 30 de julho deste ano, The Economist publicou (em anexo) uma matéria tendenciosa e cheia de imprecisões, acusando o sistema público brasileiro de deixar sem acesso aos serviços de saúde a população mais pobre do país. A OPAS enviou uma carta de resposta que rebate as críticas e ressalta a importância e os resultados positivos da Estratégia de Saúde da Família no Brasil, como podem conferir no texto abaixo.
 
É com grande alegria que informo a todos vocês que The Economist publicou a nossa carta no dia sábado 27 de agosto!!! O que devemos considerar como uma vitória para o SUS e a sociedade brasileira!
 
Senhor,
Seu artigo sobre o Sistema Público de Saúde brasileiro (SUS) - "An injection of reality" - é
confuso e não contribui para identificar que tipo de injeção seria apropriado para expandir e
sustentar os resultados do SUS.
Estamos de acordo que as equipes de saúde da família do SUS (um médico, um enfermeiro, um
auxiliar de enfermagem e de 4 a 6 agentes comunitários de saúde - trabalhando oito horas por
dia, de segunda a sexta-feira) cobrem atualmente um em cada dois brasileiros. Este resultado,
entretanto, não configura um aspecto negativo, como sugere o seu artigo. As equipes de saúde
da família do SUS oferecem atenção primária integral a 95% dos 5564 municípios brasileiros,
cobrindo 55% da população - quase 100 milhões de pessoas, aí incluídos os pobres que vivem
em áreas rurais isoladas e favelas urbanas. O Programa de Saúde da Família é um exemplo
concreto e com resultados de uma política de saúde exitosa. Uma pesquisa conduzida por
instituições internacionais demonstrou a evidência de que um aumento de 10% na
cobertura por equipes de Saúde da Família resulta em 4,5% de decréscimo na taxa de
mortalidade infantil. Esta e outras evidências atestam seus inquestionáveis sucessos, que
levaram o prestigioso periódico científico "British Medical Journal" (BMJ) a definir o Programa de
Saúde da Família como " Um sucesso custo-efetivo com o qual países de renda superior
poderiam aprender". Graças a esta estratégia inovadora, sensíveis melhorias nas condições de
saúde foram obtidas, apesar do baixo gasto com atenção à saúde.
Sem dúvida, soluções inovadoras são necessárias para a modernização do sistema de saúde do
Brasil, a fim de torná-lo mais eficiente e melhor organizado. A melhoria da gestão hospitalar é
certamente uma das possíveis soluções buscadas pelos usuários do SUS, como sugere o seu
artigo. Todavia, a melhor "injeção de realidade" para o sistema público de saúde do Brasil é a
expansão da sua rede de atenção a partir da Atenção Primária, com a melhoria do acesso e
da qualidade.
 
 
Segue link para a publicação da réplica em inglês: http://www.economist.com/node/21526773
 
Um grande Abraço
Renato
 
Renato Tasca
Coordenador
OPS/OMS Brasil
Conheça o Portal para Gestores SUS sobre Redes de Atenção à Saude
http://new.paho.org/bra/apsredes

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